A coruja e a águia
Coruja e águia, depois de muita briga, resolveram fazer as pazes.- Basta de guerra – disse a coruja. – O mundo é tão grande, e tolice maior que o mundo é andarmos a comer os fihotes uma da outra.
- Perfeitamente – respondeu a águia. – Também eu não quero outra coisa.
- Nessa caso combinemos isto: de ora em diante não comerás nunca os meus filhotes.
- Muito bem. Mas como posso distinguir os teus filhotes?
- Coisa fácil. Sempre que encontrares uns
borrachos lindos, bem feitinhos de corpo, alegres, cheios de uma graça especial
que não existe em filhote de nenhuma outra ave, já sabes, são os meus.
- Está feito! – concluiu a águia.Dias depois, andando à caça, a águia encontrou um ninho com três monstregos dentro, que piavam de bico muito aberto.
- Horríveis bichos! – disse ela. – Vê-se logo que não são os filhos da coruja.
E comeu-os.
Mas eram os filhos da coruja. Ao regressar à toca, a triste mãe chorou amargamente o desastre e foi justar contas com a rainha das aves.
- Quê? – disse esta, admirada. Eram teus filhos
aqueles monstrenguinhos? Pois, olha, não se pareciam nada com o retrato que
deles me fizeste…
Moral da história: quem ama o feio, bonito lhe parece.
(Monteiro Lobato. FÁBULAS. 50 edição,
Editora Brasiliense, São Paulo, 1994)
Após a leitura do texto, responda às questões:- Quem são os personagens dessa fábula?
- A fábula se divide em duas parte. Quais são elas?
- Como a coruja descreveu seus filhotes?
- Por que a águia não reconheceu os filhotes da coruja?
- Segundo a moral da história, há uma diferença no modo como as pessoas vêem umas às outras. Explique porquê.
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